O NEUTRO ARTESANATO DA VIDA E A ESTÉTICA CONCRETA EM
¨NENHUM CORAÇÃO¨
de Araripe Coutinho
J.Henrique Mestre em Teoria Literária pela Universidade de Brasília –DF
e-mail:paideumajh@gmail.com
site:www.linguarama.kit.net (vide anteprojeto
de doutoramennto)
para William Santos e-mail:acnederme@hotmail.com
e Juliana, ¨de amor morreremos¨¨(XXVI,II,4)
I
Vocação de fidelidade a um tema único e digno de ser pensado, o
sentido do ser e do dizer poético-pensante de Araripe Coutinho se
articula e se configura com o objetivo único e exclusivo de assumir a
forma de uma pergunta que se pergunta ,quer dizer, a forma de uma
pergunta pensamento, que se exercita na pura soletração do alto
destinar da consciência literária da existência e da consciência
existencial da literatura ,em que primeiro de tudo há ¨nenhum
coração¨e não simplesmente o ¨coração da gente-o
escuro,escuros¨¨(G.Rosa).Enquanto a morte não respeita a fé(I,4-5) e
o ¨homem não sabe da hora em que deixará de ser corpo¨(I,2,2-5), o
deliberado propósito do poeta pensante Araripe Coutinho se propõe e
se compõe na poematização da ¨doença das frases¨que se adensa e se
condensa na interrogação essencial :qual é o sentido do ser e do
dizer poético-pensante ?Qual é a dimensão do que propriamente se
poetiza ? Existe a verdade da poesia e a poesia de verdade, que
¨começa num desvão do tempo...amor e desencontro, vida,jamais
entendimento.¨
A paixão é o único estado amoroso em que os opostos se
atraem,porque ela é irracional, é cega e não se deixa barrar por
nenhum limite.Sua cegueira passa como um rolo compressor sobre
qualquer impedimento ou avaliação subjetiva e¨ como esfinge de raro
tato, golpeia (II,1,1-2).Momentaneamente detida no impulso de se
ultrapassar,a vida só se efetiva no ritmo de transe, e o pensamento só
se consuma na ciência e na consciência de que o ser somente é enquanto
devém.Portanto,é necessário ¨decifrar andores numa procissão de cegos
e ¨recomeçar a vida para nada mais ser(II,3,1-5)porque a vida é um
núcleo coalescente de força, e não um centro quiescente de
ser.¨Esquecido do agora sem mim¨(II<5,1-2), há o neutro , e não
simplesmente o ser divorciado do devir,neste texto poético araripiano
A vocação do ser humano se concretiza no drama da existência e não
no filosofema da essência; assim, alta é assombração de nós
mesmos,ainda vivos(VI<8,1-3) uma vez que nada se reforma,se tudo não
se transforma.Em Nenhum Coração ¨primeiro que tudo há o uno diverso
em si mesmo, e não a unicidade absoluta ¨porque toda desdita,toda
sorte de alma,matéria,física, está a vida grave, diluída(XI,4,1-3).
A subjetividade do sujeito somente pode reconhecer a objetividade
do objeto¨:quanto mais esteio,arde tempo.Passo a mão no amor,ele
arde.¨(XII,1,1-3).O drama gnoseológico ,neste livro,decorre do
reconhecimento de que a correlação epistemológica do sujeito e do
objeto desintegra todas as coisas sensíveis,convertendo-as em
simulações inteligíveis.A representação sujeitiforme transforma a
realidade concreta da vida em si mesma na idealidade abstrata da forma
de vida,e,¨viver é intransponível rito de passagem pelo verniz de
dentro(XII,1,3-5).Ilhado no espaço monádico da subjetividade,o ser
humano sente-se exilado do mundo,de si mesmo e dos outros:Estou
atado.Prenhe de ranhuras.Deus me viu morrendo e me quis acordado.Agora
que estou santo,posso dormir com ele.Isento¨(XXII,2,1-4).Por isso não
se consegue manter o almejado intercâmbio dialógico com os outros.E
não o consegue por que todos viventes são prisioneiros da couraça da
subjetividade, que confina cada um no circuito do
auto-espelhamento,amordaçando a mão de deus¨ e auto conscientes da
ânsia do sentir espanto (XIII,1,8-10)A forma subjetiva
formaliza,desvitaliza e fantasmagoriza a vida propriamente dita.Os
humanos erram como fantasmas,como sombras,como simulacros,inteiramente
opacos ,totalmente alheios e estanhos uns com os outros.No
entanto,entre todos, e finalmente farto de se conhecer continuamente a
si mesmo,decide evadir-se da prisão na caverna da subjetividade:¨toda
vez que o amor vem,empresto minha coroa de lágrimas,meu tafetá bordado
de lágrimas¨(XIII,1,11-14).Esta decisão se consuma no transe da norma
apolínea a que se reporta a forma de vida dionisíaca, que suscita e
promove a deformação e a transformação de todas as formas objetivadas
da existência :¨tudo inútil.O homem só aprende a morte e o
silêncio¨(XIV,1,6-8).
Para Araripe Coutinho,neste excurso poético pensante,reconhecer
que o drama da vida consiste em permanecer no domínio do
humano,enclausurado numa vida limitada pela norma apolínea do dia,eis
a questão (XV).A norma da vida não é a vida em si mesma(VXI).Forma de
vida é a vida conformada como Bios, a vida enformada na estreita
consistência de sua recessividade,coagulada na finitude de seu ritmo
detido no impulso de se ultrapassar,imobilizada no horizonte
estabilizador da experiência puramente humana,perfeitamente
diferenciada das outras manifestações entitativas,completamente
organizada na instauração geométrica de um círculo cujo centro é o ser
humano:¨nunca compreendi nascer.Deve ser por isso que
choro(XVII¨-8).Colocando-se no centro,determinando a existência de um
centro, o ser humano se compraz na infirmação da excessividade do
real,precisamente porque lhe apraz a confirmação da validade genérica
da sua humanidade que são ¨janela abertas para um mundo irreal, um
mar aberto¨(XVIII,5-6).A vida em si mesma é a vida percebida como Zoe,
a vida ritmada na coalescência dionisíaca como matriz abissal da
totalidade do real, como o coração selvagem de todos os seres
viventes, a pulsação inifinita do eterno retorno do puro in fieri, a
proliferação indefinida da matéria vertente do divino zoogônico, a
propulsão transcendente da hierofanização do êxtase, que se manifesta
continuamente em trânsito para além dos limites impostos pelo
princípio apolíneo da individuação em que a esfera do amor é maior
que a morte ¨(XIX,11).
Ainda dentro da forma,¨vivemos como que entrelaçados na dor de
nossas mortes¨(XIX,16-18),confessa o poeta que nada pode
dizer:¨...como desvirginar a alma que povoa de seda a porta ?Dentro da
forma apolínea e fora da força dionisíaca,nada se pode dizer enquanto
persistir concentrado em sua própria vida,divorciada da vida em si
mesma :¨posta a mesa é rica a morada de ausências ¨(XIX,19).Ö homem
não se conforma com sua finitude¨(XIX,20)e, determinando-se como
sujeito que se representa em tudo o que se lhe apresenta- ¨Deus é o
supremo para o seu entendimento¨(XIX,21) –submete-se a matéria
sensível e dinâmica da vida à forma inteligível exteriográfica da
estrutura a apriori da subjetividade.Assim desintegradas pelo
atomismo representacional dos esquemas de inteligibilidade do sujeito
imperial, as coisas se tornam inefáveis e só se representam dizíveis
como simulacros produzidos pela fábula do sentido tão-somente
humano,¨enquanto isso nos arremessamos nas teias e nos perdemos
sempre ¨(XIX,22-23).
O que singulariza a paixão do poeta é que ele se consuma no amor
do neutro.E o neutro não é o ser oposto ao nada nem contraposto ao
ser.Não é o superno nem o inferno.Não é o caos nem o cosmos.Não é vida
nem morte.O neutro é a cifra em que se decifra o duplo domínio
dionisíaco da vida e da morte,do ser e do nada, do caos e do cosmos,
do superno e do inferno(XXI)>O neutro é o divino zoogônico da matéria
vertente da vida em si mesma.O neutro é o Deus anterior à forma humana
da vida, à forma humana de Deus, à forma humana da natureza(XXII).O
neutro é Deus indiferente que é todo bom porque não é nem bom nem
ruim.Indiferente à forma da vida diferenciada da vida em si mesma,o
Deus é o neutro,o indiferenciado ,o elemento vital que liga as
coisas(XXIII).O neutro é o liame das coisas boas desligadas das coisas
ruins.O neutro é indiferente às delimitações,porque não possui limites
internos, porque envolve e desenvolve tudo o que é ou existe(XXIV).
Há o neutro , e não simplesmente o ser divorciado do devir :
A rara forma das palavras
Seu andar espremido de auras
Palavra
Indecifrável,sussurrada em mim
De epifanias
Precoces descobertas(...)
Palavras desconfiadas
Tecidas ao menos para a poesia(XXV).
de Araripe Coutinho
J.Henrique Mestre em Teoria Literária pela Universidade de Brasília –DF
e-mail:paideumajh@gmail.com
site:www.linguarama.kit.net (vide anteprojeto
de doutoramennto)
para William Santos e-mail:acnederme@hotmail.com
e Juliana, ¨de amor morreremos¨¨(XXVI,II,4)
I
Vocação de fidelidade a um tema único e digno de ser pensado, o
sentido do ser e do dizer poético-pensante de Araripe Coutinho se
articula e se configura com o objetivo único e exclusivo de assumir a
forma de uma pergunta que se pergunta ,quer dizer, a forma de uma
pergunta pensamento, que se exercita na pura soletração do alto
destinar da consciência literária da existência e da consciência
existencial da literatura ,em que primeiro de tudo há ¨nenhum
coração¨e não simplesmente o ¨coração da gente-o
escuro,escuros¨¨(G.Rosa).
o ¨homem não sabe da hora em que deixará de ser corpo¨(I,2,2-5), o
deliberado propósito do poeta pensante Araripe Coutinho se propõe e
se compõe na poematização da ¨doença das frases¨que se adensa e se
condensa na interrogação essencial :qual é o sentido do ser e do
dizer poético-pensante ?Qual é a dimensão do que propriamente se
poetiza ? Existe a verdade da poesia e a poesia de verdade, que
¨começa num desvão do tempo...amor e desencontro, vida,jamais
entendimento.¨
A paixão é o único estado amoroso em que os opostos se
atraem,porque ela é irracional, é cega e não se deixa barrar por
nenhum limite.Sua cegueira passa como um rolo compressor sobre
qualquer impedimento ou avaliação subjetiva e¨ como esfinge de raro
tato, golpeia (II,1,1-2).Momentaneamente detida no impulso de se
ultrapassar,a vida só se efetiva no ritmo de transe, e o pensamento só
se consuma na ciência e na consciência de que o ser somente é enquanto
devém.Portanto,é necessário ¨decifrar andores numa procissão de cegos
e ¨recomeçar a vida para nada mais ser(II,3,1-5)porque a vida é um
núcleo coalescente de força, e não um centro quiescente de
ser.¨Esquecido do agora sem mim¨(II<5,1-2), há o neutro , e não
simplesmente o ser divorciado do devir,neste texto poético araripiano
A vocação do ser humano se concretiza no drama da existência e não
no filosofema da essência; assim, alta é assombração de nós
mesmos,ainda vivos(VI<8,1-3) uma vez que nada se reforma,se tudo não
se transforma.Em Nenhum Coração ¨primeiro que tudo há o uno diverso
em si mesmo, e não a unicidade absoluta ¨porque toda desdita,toda
sorte de alma,matéria,física, está a vida grave, diluída(XI,4,1-3).
A subjetividade do sujeito somente pode reconhecer a objetividade
do objeto¨:quanto mais esteio,arde tempo.Passo a mão no amor,ele
arde.¨(XII,1,1-3).O drama gnoseológico ,neste livro,decorre do
reconhecimento de que a correlação epistemológica do sujeito e do
objeto desintegra todas as coisas sensíveis,convertendo-as em
simulações inteligíveis.A representação sujeitiforme transforma a
realidade concreta da vida em si mesma na idealidade abstrata da forma
de vida,e,¨viver é intransponível rito de passagem pelo verniz de
dentro(XII,1,3-5).Ilhado no espaço monádico da subjetividade,o ser
humano sente-se exilado do mundo,de si mesmo e dos outros:Estou
atado.Prenhe de ranhuras.Deus me viu morrendo e me quis acordado.Agora
que estou santo,posso dormir com ele.Isento¨(XXII,2,1-4).Por isso não
se consegue manter o almejado intercâmbio dialógico com os outros.E
não o consegue por que todos viventes são prisioneiros da couraça da
subjetividade, que confina cada um no circuito do
auto-espelhamento,amordaçando a mão de deus¨ e auto conscientes da
ânsia do sentir espanto (XIII,1,8-10)A forma subjetiva
formaliza,desvitaliza e fantasmagoriza a vida propriamente dita.Os
humanos erram como fantasmas,como sombras,como simulacros,inteiramente
opacos ,totalmente alheios e estanhos uns com os outros.No
entanto,entre todos, e finalmente farto de se conhecer continuamente a
si mesmo,decide evadir-se da prisão na caverna da subjetividade:¨toda
vez que o amor vem,empresto minha coroa de lágrimas,meu tafetá bordado
de lágrimas¨(XIII,1,11-14).Esta decisão se consuma no transe da norma
apolínea a que se reporta a forma de vida dionisíaca, que suscita e
promove a deformação e a transformação de todas as formas objetivadas
da existência :¨tudo inútil.O homem só aprende a morte e o
silêncio¨(XIV,1,6-8).
Para Araripe Coutinho,neste excurso poético pensante,reconhecer
que o drama da vida consiste em permanecer no domínio do
humano,enclausurado numa vida limitada pela norma apolínea do dia,eis
a questão (XV).A norma da vida não é a vida em si mesma(VXI).Forma de
vida é a vida conformada como Bios, a vida enformada na estreita
consistência de sua recessividade,coagulada na finitude de seu ritmo
detido no impulso de se ultrapassar,imobilizada no horizonte
estabilizador da experiência puramente humana,perfeitamente
diferenciada das outras manifestações entitativas,completamente
organizada na instauração geométrica de um círculo cujo centro é o ser
humano:¨nunca compreendi nascer.Deve ser por isso que
choro(XVII¨-8).Colocando-se no centro,determinando a existência de um
centro, o ser humano se compraz na infirmação da excessividade do
real,precisamente porque lhe apraz a confirmação da validade genérica
da sua humanidade que são ¨janela abertas para um mundo irreal, um
mar aberto¨(XVIII,5-6).A vida em si mesma é a vida percebida como Zoe,
a vida ritmada na coalescência dionisíaca como matriz abissal da
totalidade do real, como o coração selvagem de todos os seres
viventes, a pulsação inifinita do eterno retorno do puro in fieri, a
proliferação indefinida da matéria vertente do divino zoogônico, a
propulsão transcendente da hierofanização do êxtase, que se manifesta
continuamente em trânsito para além dos limites impostos pelo
princípio apolíneo da individuação em que a esfera do amor é maior
que a morte ¨(XIX,11).
Ainda dentro da forma,¨vivemos como que entrelaçados na dor de
nossas mortes¨(XIX,16-18),confessa o poeta que nada pode
dizer:¨...como desvirginar a alma que povoa de seda a porta ?Dentro da
forma apolínea e fora da força dionisíaca,nada se pode dizer enquanto
persistir concentrado em sua própria vida,divorciada da vida em si
mesma :¨posta a mesa é rica a morada de ausências ¨(XIX,19).Ö homem
não se conforma com sua finitude¨(XIX,20)e, determinando-se como
sujeito que se representa em tudo o que se lhe apresenta- ¨Deus é o
supremo para o seu entendimento¨(XIX,21) –submete-se a matéria
sensível e dinâmica da vida à forma inteligível exteriográfica da
estrutura a apriori da subjetividade.Assim desintegradas pelo
atomismo representacional dos esquemas de inteligibilidade do sujeito
imperial, as coisas se tornam inefáveis e só se representam dizíveis
como simulacros produzidos pela fábula do sentido tão-somente
humano,¨enquanto isso nos arremessamos nas teias e nos perdemos
sempre ¨(XIX,22-23).
O que singulariza a paixão do poeta é que ele se consuma no amor
do neutro.E o neutro não é o ser oposto ao nada nem contraposto ao
ser.Não é o superno nem o inferno.Não é o caos nem o cosmos.Não é vida
nem morte.O neutro é a cifra em que se decifra o duplo domínio
dionisíaco da vida e da morte,do ser e do nada, do caos e do cosmos,
do superno e do inferno(XXI)>O neutro é o divino zoogônico da matéria
vertente da vida em si mesma.O neutro é o Deus anterior à forma humana
da vida, à forma humana de Deus, à forma humana da natureza(XXII).O
neutro é Deus indiferente que é todo bom porque não é nem bom nem
ruim.Indiferente à forma da vida diferenciada da vida em si mesma,o
Deus é o neutro,o indiferenciado ,o elemento vital que liga as
coisas(XXIII).O neutro é o liame das coisas boas desligadas das coisas
ruins.O neutro é indiferente às delimitações,porque não possui limites
internos, porque envolve e desenvolve tudo o que é ou existe(XXIV).
Há o neutro , e não simplesmente o ser divorciado do devir :
A rara forma das palavras
Seu andar espremido de auras
Palavra
Indecifrável,sussurrada em mim
De epifanias
Precoces descobertas(...)
Palavras desconfiadas
Tecidas ao menos para a poesia(XXV).
Todas as coisas têm portanto, uma neutralidade divina. O deus é o
neutro do deus, o divino zoogônico, o deus que é a vida em si mesma.
O real,já de si, é divino.Na religião do neutro do pensar poético de
Araripe Coutinho, Deus é a realidade da vida que se realiza e vive em
tudo o que existe(XXVI).Criar não é imaginar entes idealizados pela
construção sentimentária do homem humano, mas viver, correr o risco de
perder a forma recessiva da vida apolínea para se ter a excessividade
dionisíaca da vida em si mesma(XXXVII,XXVIII,XXIX).
III
A estética da poética da Araraipe Coutino pode se dizer concreta por
quatro motivos
capitais:primeiramente ,porque se edifica sobre a noção originalíssima
de imaginação material e dinâmica;em segundo lugar,por conceder à
imaginação o papel básico e preponderante na plasmação,no
desenvolvimento e na consumação do psiquismo humano;em terceiro
lugar,porque entende o devaneio como a voz concretamente expressa e
manifesta da alma do homem; e,finalmente,por eleger a imagem poética
como o único objeto verdadeiramente sensível,concreto e material da
investigação literária(XXXVI,XXXVII,XXXIX- Hexagramas).
Em suma,como poetiza o autor:
Nunca poderei escrever o poema exato.
Exato é Deus.A vida ,uma crespa,
Alguns ventos,longos horizontes
Que nunca veremos.Posso agora
Libertado de todo assombro da
Palavra
Inventar outra língua,outra forma
De dizer aos homens
Que já passo (XXXX)
Portanto, Nenhum Coração é um texto que modela e caldeia a
vontade,domina e subjuga a fantasia,enobrece e dignifica os
sentimentos
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